^

Manuscritos Musicais

O espólio musical do Mosteiro de S. Bento de Cástris encontra-se repartido entre duas instituições da cidade de Évora, concretamente o Arquivo Distrital e a Biblioteca Pública. Para além do importante fundo constituído por treze livros de coro destinados a uso litúrgico, encontra-se um pequeno núcleo de manuscritos avulso, e ainda composições para orgão, vozes e orgão, partituras para vozes e orquestra e respetivas partes cavas. No seu conjunto abarca géneros para uso litúrgico e festa sacra reunindo uma amostra interessante de compositores de grande disseminação no espaço cultural europeu de setecentos, a par de autores representativos no quadro da música sacra em Portugal. No primeiro plano destacam-se autores como David Perez (1711-1778) mas também Marcos de Portugal (1762-1830) cuja obra teve uma disseminação massiva e persistente ao longo do século XIX, quer em Portugal, quer no Brasil. No quadro de relevância das redes de circulação da música entre os principais centros musicais do país destacam-se autores aqui também representados como José A. Carlos Seixas (1704-1742), António da Silva Leite (1756-1833) ou José Maria Franchi (1776-1832). Finalmente entre outros autores, importa referir a produção de nomes com significativa influência na cidade de Évora como os padres Inácio Ferreira de Lima († 1818) que conta com um legado musical extenso na Sé de Évora onde foi o penúltimo mestre de Capela e Joaquim José da Rocha Espanca (1839-1896). Este último que foi prior em Bencatel e na freguesia de S. Bartolomeu (Vila Viçosa) manteve uma relação privilegiada, persistente e tardía com o Convento de S. Bento de Cástris, para o qual escreveu e legou uma série de autógrafos num conjunto de 16 obras onde se podem encontrar Lições, Responsórios e Missas entre outros géneros.